quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mobile Money Brasil 2010 - O celular vai se tornar ferramenta de inclusão financeira

Mas por que o Brasil ainda não é um caso de sucesso de mobile banking ?


"Não gosto de falar do não-bancarizado, e sim, de inclusão financeira". Ao fazer essa afirmação, Gilberto Caldart, CEO da Mastercard Brasil, acrescentou que "o mobile money é a chave para a inclusão financeira de ao menos metade da população brasileira", e que, por apostar nisso, a Mastercard está fortemente envolvida com essa proposta nos próximos 10 anos.

Caldart foi um dos palestrantes convidados do painel "A convergência entre telecomunicações e serviços financeiros", que abriu a programação do Mobile Money Brasil, que acontece hoje e amanhã no Centro de Convenções Amcham, em São Paulo. E a certeza de que dispositivos móveis são o veículdo de aceleração da inclusão financeira pontuou todas as palestras do dia, tanto do lado de representantes do sistema financeiro, quanto de representantes das operadoras de telefonia celular.

Aparentemente, entre um e outro lado, existe apenas uma diferença quanto à velocidade de maturação. Segundo Silvio Luiz Antunes, Diretor Geral Negócios Empresas da Vivo, uma hora faltava tecnologia, outra hora faltava cobertura ou faltavam terminais. "Hoje temos tudo, e a Vivo, por exemplo, está pronta para acelerar as transações financeiras pelo celular. E vamos fazer isso em parceria com instituições financeiras, pois não somos meio de pagamento."

Se todos os envolvidos estão interessados e estão certos de que vai acontecer, o que falta para o Brasil ser também um caso relevante de mobile banking ? Por que os principais casos de sucesso, com uso em larga escala de mobile banking, estão na África e na Ásia ? Ao colocar essas questões, Eduardo Diniz, Chefe do Departamento de Microfinanças da Fundação Getúlio Vargas, lembrou alguns fatores que retardam esse processo. Um deles, apontado por uma pesquisa da Forrester Research, é que boa parte da estratégia de serviços financeiros móveis concentra-se na população bancarizada, para quem o celular é um canal a mais e, portanto, não tão atrativo. Outro fator é que no Brasil, como não existe um agente muito forte em relação aos outros, o sucesso do modelo de pagamentos pelo celular depende de um acordo entre todos os participantes, o que ainda não aconteceu.

Completando esse raciocínio, Gustavo Roxo, diretor de Tecnologia e Automação Bancária da Febraban, lembrou que essa alternativa de bancarização ainda não aconteceu porque faltam definições para três pontos: como atingir essas classes sociais, como rentabilizar essa proposta e qual o valor para o cliente.

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